O que é Pré-eclâmpsia?
A pré-eclâmpsia é uma condição grave, que merece destaque por ser um importante problema de saúde materna, de ordem internacional, com alto potencial de letalidade e morbidade, que costuma ocorrer na segunda metade da gravidez. É definida como uma desordem multissistêmica caracterizada pela combinação de uma pressão arterial (PA) elevada (PA sistólica ≥140 mmHg ou PA diastólica ≥90 mmHg), após 20 semanas de gestação combinada com proteinúria (excreção urinária de proteína ≥300mg/24h ou relação proteína/ creatinina ≥0,3mg/dℓ ou Fita = 1+ (utilizada apenas quando ausentes os métodos quantitativos). Diferentemente das recomendações anteriores, a intensidade da proteinúria não deve mais ser considerada para o prognóstico materno, nem ser o único aspecto a orientar as decisões (ACOG, 2015; Tranquilli et al., 2014; Roberge et al., 2016; Ramos; Sass; Costa, 2017).
Recentemente eliminou-se a dependência de proteinúria para o diagnóstico de pré- eclâmpsia grave (ACOG, 2015). Sendo assim, na ausência de proteinúria, o diagnóstico pode ser baseado na presença de hipertensão associada a distúrbios visuais ou cerebrais (dor de cabeça, escotomas ou convulsões), dor abdominal, edema de pulmão ou testes laboratoriais alterados, tais como a trombocitopenia (contagem de plaquetas < 100.000/mm 3 ), alteração na função hepática (elevação das enzimas transaminases de 2 vezes a concentração normal), desenvolvimento de insuficiência renal (creatinina no soro> 1,1 mg/dℓ ou sua duplicação, inexistente outra doença renal) (ACOG, 2015; Tranquilli et al., 2014; Roberge et al., 2016; Ramos; Sass; Costa, 2017).
Sistema PreApp
Este software foi elaborado a partir de estudos prévios realizados por este grupo de pesquisadores que culminaram com o desenvolvimento de um novo algoritmo para predição de pré-eclâmpsia no primeiro trimestre gestacional (11+0 a 13+6 semanas) com melhor taxa de detecção de pré-eclâmpsia (67% dos casos de pré-eclâmpsia pré-termo com taxa de falso positivo de 10%) quando comparado aos algoritmos internacionais, considerando o perfil clínico e obstétrico particular da população brasileira (Rocha et al, 2017). Para tanto, as variáveis consideradas para predição do risco de pré-eclâmpsia foram: nuliparidade, história familiar de pré-eclâmpsia, história de pré-eclâmpsia anterior, hipertensão crônica, índice de massa corporal (IMC) e pressão arterial média (PAM). O PreApp favorece o acesso ao algoritmo de maneira prática, segura e eficaz, principalmente por profissionais de saúde da rede de atenção básica, porta de entrada do sistema de saúde. Acreditamos que o uso deste aplicativo facilita a avaliação de risco individualizado, a decisão clínica em tempo adequado, favorecendo a implementação de medidas interventivas oportunas, melhores desfechos maternos e neonatais, auxiliando, ainda, na redução dos custos em saúde e mortes maternas e neonatais evitáveis.
Equipe

Dra. Mônica Oliveira B. Oriá
Departamento de Enfermagem, UFC Líder do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Promoção da Saúde Sexual e Reprodutiva (NEPPSS/UFC) Pesquisadora do CNPq
Currículo Lattes
Dr. Fabrício da Silva Costa
Departamento de Ginecologia e Obstetrícia, Faculdade de Medicina, USP-RP Pesquisador Colaborador do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Promoção da Saúde Sexual e Reprodutiva (NEPPSS/UFC)
Currículo Lattes
Dra. Rebeca Silveira Rocha
Enfermeira Assistencial da Maternidade Escola Assis Chateaubriand (MEAC/EBSERH) Pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Promoção da Saúde Sexual e Reprodutiva (NEPPSS/UFC)
Currículo Lattes
Dra. Nádya dos Santos Moura
Departamento de Enfermagem, UFPI Integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisa em Promoção da Saúde Sexual e Reprodutiva (NEPPSS/UFC)
Currículo Lattes
Dr. Wellington P. Martins
Diretor Clínico da SEMEAR Fertilidade. Editor da Ultrasound in Obstetrics and Gynecology
Currículo Lattes